Se o jornalista independente pensa em ganhar dinheiro com produtos digitais, deveria focar em serviços multimídias já que as possibilidades de se lucrar com ebooks é muito pequena
Hoje temos a possibilidade da auto publicação digital. Não é mais necessário pagar uma gráfica ou uma distribuidora. É muito mais fácil, para um jornalista, editar seu próprio ebook. Então, por que será que a maior parte dos blogs que lucram com infoprodutos estão focando em cursos online, palestras em vídeos ou coisas semelhantes? Simples: porque dá mais retorno.
O que o mercado de infoprodutos deseja (assim como todos os outros mercados) é um produto com boa margem de lucro, que fique logo obsoleto, que seja suscetível de melhoras constantes – com um ganho pequeno a cada melhora. Isso é tudo que um livro não é.
Qual o valor máximo que se pode cobrar num livro digital? Cem reais? Eu não sei. O que sei é que, vejo constantemente cursos digitais em vídeo sendo vendidos a valores superiores a um mil reais. Em quanto tempo esses cursos estão obsoletos? Qual seria a margem de lucro de um curso desses?
Façamos uma conta de forma grosseira: Imagine que eu monte um curso em vídeo ensinando a fazer acarajé. O valor do curso é de 1200 R$. Suponhamos ainda que eu consiga vender esse curso para 200 pessoas. Meu faturamento bruto seria de 240.000 R$. Quanto será que eu gastaria com a criação do curso, a infraestrutura digital e a publicidade para vender o curso? Quarenta mil reais, talvez? Suponhamos que eu gastasse tudo isso, quanto sobraria de lucro?
É inegável que o poder de comunicação de um vídeo é muito superior ao de um livro. Seria bobagem não reconhecer isso. A pergunta que fica é: esses cursos valem mesmo tudo isso? Tenho visto cursos que custam acima de 4000 R$. Bem, se tem gente que paga e não reclama, significa que deve valer.
Enquanto isso, eu continuo aqui buscando um tempinho para escrever meu novo livro, dessa vez, digital. Vamos torcer para que eu consiga. Ou não!
José Fagner Alves Santos
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