Entrei num portal de notícias qualquer e fiquei um tanto surpreso com as manchetes: Influenciadora dá resposta inusitada ao rebater críticas por não usar sutiã; Após anúncio de gravidez viralizar, Virgínia Fonseca revela: “planejada por Deus”; Bebê recebe nome inédito no Brasil: mãe inventou; Loiro ou moreno: Qual visual fica melhor nesses famosos?
A lista é grande, mas eu acho melhor parar por aqui. É isso que os algoritmos acham que estou interessado? Tenho certeza de que não ando consumindo esse tipo de conteúdo.
Tive um professor na faculdade de jornalismo, o João Batista (JB), que costumava dizer: se o cachorro morder o menino, não temos manchete, mas se o menino morder o cachorro, esse será o título da nossa matéria. Essa anedota é comum nos meios jornalísticos, mas sempre me lembro do João Batista quando conto essa história.
Longe de mim querer ditar regras, longe de mim sugerir como os colegas devem fazer seus trabalhos. Eles devem saber o que fazem, afinal são eles que estão ganhando dinheiro. Eu só posso olhar admirado e me perguntar o que diabos está acontecendo ao jornalismo?
O entretenimento tomou conta das redações. E assim caminha a humanidade.
José Fagner
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